Assédio no trabalho: ações pelo fim da violência contra a mulher
Dia 25 de novembro é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A data visa alertar sobre casos de violências física, psicológica, ou sexual, sobre maus tratos e outras formas de diminuir, abusar ou ferir uma mulher.
E quando falamos de todas estas formas de violência, não podemos deixar de citar o assédio contra a mulher no ambiente de trabalho, que pode ser tanto físico, de forma presencial, ou até mesmo acontecer no trabalho remoto.
De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), infelizmente, mais de 50% das trabalhadoras em todo o mundo já sofreram assédio sexual, porém, nesta realidade, somente 1% dos casos é denunciado.
A partir disso, Larissa Kovelis, designer de produto da Caiena, decidiu criar este conteúdo sobre assédio no trabalho, trazendo esclarecimentos e ações que combatem esse problema. Essa é uma das iniciativas realizadas pelo Comitê de Diversidade da Caiena sobre o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
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Conheça os tipos de assédios e como combatê-los
O assédio, tanto moral, quanto sexual, está mais presente no ambiente de trabalho do que a gente imagina. São situações constrangedoras que, em sua maioria, são praticadas por lideranças, pessoas de níveis hierárquicos maiores, ou até mesmo por colegas de trabalho.
Existem diferentes tipos de assédio. O assédio sexual, por exemplo, trata-se de um comportamento de teor sexual considerado desagradável, ofensivo e impertinente pela vítima. Segundo a Cartilha “Assédio Moral e Sexual”, do Senado Federal, o “assédio sexual fere a dignidade humanda, viola o direito das trabalhadoras à segurança no trabalho e a igualdade de oportunidades, além de prejudicar a sua saúde”.
Em regra, a pessoa que assedia é autoritária, manipuladora e mantém um comportamento de abuso de poder. Ela se satisfaz com o rebaixamento de outras pessoas. Além disso, possui uma postura arrogante, desmotivadora e necessita demonstrar poder. Também tem um perfil de não assumir responsabilidades, não reconhecer suas falhas e de não valorizar o trabalho dos demais.
Exemplos de assédio sexual listados pela cartilha “Assédio Moral e Sexual”:
- Insinuações explícitas ou veladas;
- Gestos ou palavras escritas ou faladas;
- Promessa de tratamento diferenciado;
- Chantagem para permanência ou promoção no emprego;
- Ameaças de represália como a de perder o emprego;
- Perturbação e ofensas;
- Conversas indesejáveis de caráter sexual;
- Narração de piadas ou uso de expressões de conteúdo sexual;
- Contato físico não desejado;
- Solicitação de favores sexuais;
- Convites impertinentes;
- Pressão para participar de “encontros”;
- Exibicionismo;
- Criação de um ambiente pornográfico, entre outros.
Já o assédio moral é estruturado por ações como gestos, palavras orais ou escritas, ou comportamentos que atingem o psicológico. Eles expõem a vítima a situações humilhantes e constrangedoras, portanto, são capazes de ofender a dignidade, personalidade ou integridade psíquica e física da pessoa assediada, com o objetivo de excluí-la do ambiente de trabalho ou deteriorar suas funções como profissional.
Exemplos de assédio moral listados pelo trabalho acadêmico “Assédio moral contra mulher no ambiente de trabalho e o empoderamento como ferramenta de defesa”:
- Retirar a autonomia ou privá-la de acessar ferramentas de trabalho;
- Sonegar informações úteis que poderiam auxiliá-la em seu desenvolvimento;
- Criticar o trabalho de modo exagerado e injusto;
- Entregar uma quantidade excessiva de tarefas comparada aos seu colegas;
- Atribuir propositalmente tarefas inferiores ou que desviem de suas funções;
- Controlar frequência e tempo de utilização de banheiros e pausas durante o expediente;
- Dificultar ou impedir que sejam promovidas ou exerçam funções diferenciadas;
- Segregar a vítima no ambiente de trabalho, tanto fisicamente, quanto recusando a comunicação;
- Agredir verbalmente, fazer gestos de desprezo, alterar o tom de voz ou ameaçar com outras formas de violência física;
- Criticar a vida privada ou preferências da vítima;
- Espalhar boatos para desmerecê-la perante seus colegas;
- Desconsiderar problemas de saúde ou recomendações médicas;
- Diferença salarial entre homens e mulheres que exercem o mesmo cargo onde os salários das mulheres sejam inferiores, entre outros.
O assédio também pode estar presente no trabalho remoto
Com a pandemia, o volume de troca de informações digitais aumentou. Sendo assim, usamos mais e-mails, aplicativos de mensagens, redes sociais e plataformas para videoconferências. Porém, o uso dessas tecnologias trouxe à tona mais evidências de casos de assédio moral no trabalho, incluindo na modalidade remota, como explica esta reportagem do Portal LexLatin.
De acordo com a publicação e os especialistas entrevistados, o aumento dos casos reflete o encorajamento do assediador quando está utilizando um equipamento eletrônico. Nestes casos de assédio moral no trabalho remoto, existem características diferentes, que estão relacionadas à invasão de privacidade.
Exemplos de assédio moral no home office listadas pelo Blog “Canal de Denúncias”:
- Mensagens escritas ou de vídeo, que dizem respeito a privacidade da assediada;
- Chamadas em horários fora do expediente, ou forçar o trabalho além de sua carga horária;
- Comentários pejorativos sobre a aparência da pessoa colaboradora ou de seu local de trabalho;
- Isolamento da vítima, ideias ignoradas, falta de interação com os colegas e feedbacks do gestor;
- Mandar mensagens em redes sociais sem o consentimento.
Quais são os danos e como prevenir o assédio no ambiente de trabalho
Ainda segundo a Cartilha “Assédio Moral e Sexual”, do Senado Federal, o assédio pode gerar tanto danos psicológicos, quanto físicos. A sensação de culpa, vergonha, rejeição, tristeza, inferioridade e baixa autoestima, irritação constante, sensação negativa do futuro – vivência depressiva, diminuição da concentração e da capacidade de recordar acontecimentos, cogitação de suicídio são alguns dos principais diagnosticados em relação à saúde mental.
Já entre os danos físicos estão distúrbios digestivos, hipertensão, palpitações, tremores, dores generalizadas, alterações da libido, agravamento de doenças pré-existentes, e alterações no sono, como dificuldades para dormir e pesadelos.
Existem diversas ações que podem ser adotadas para a prevenção do assédio no ambiente de trabalho, principalmente contra as mulheres. Ao garantir a participação efetiva da força de trabalho feminina nas atividades, é possível ampliar a sua autonomia, o que contribui com o empoderamento e reação combativa, por exemplo.
A definição clara das atribuições e das condições de trabalho de cada um também é uma ação preventiva, para que assim os limites de trabalho sejam respeitados. Outra forma de combater isso nas organizações é introduzir no código de ética ou nas convenções coletivas de trabalho medidas de prevenção do assédio moral. E, para completar, é importante avaliar as relações entre as pessoas do trabalho e se atentar para as mudanças de comportamento.
Na Caiena, nós dizemos NÃO ao assédio contra as mulheres!
O assédio pode ocorrer quando estão presentes somente a pessoa que assedia e aquela que é a assediada, o que dificulta a obtenção de provas. Por isso mesmo, é importante romper o silêncio e trazer a público os fatos ocorridos.
Assim, se isso acontecer com você, conte o ocorrido para os colegas, amigos e familiares. Faça o seu relato também no setor de Recursos Humanos. E registre o caso na Delegacia de Polícia Legislativa do Senado, na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM) ou em qualquer delegacia comum. Não se cale, assédio é crime!
Na Caiena, nós repudiamos casos de assédio e de violência contra a mulher. Para contribuir com a eliminação desse problema em nossa sociedade, incentivamos a troca de feedbacks gentis e respeitosos entre os nossos talentos, pois acreditamos que trocas construtivas contribuem com o desenvolvimento de nossas pessoas.
Também incentivamos nossas pessoas a manterem um olhar atento e empático para oferecer ajuda ao próximo ao identificarem sinais, e nossa área de Pessoas está sempre à disposição a ouvir e ajudar a todos que possam estar enfrentando dificuldades como estas e outras, dentro e fora do ambiente de trabalho remoto.
Essa é uma das iniciativas realizadas pelo Comitê de Diversidade da Caiena sobre o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Seguimos produzindo conteúdos para o público interno e externo que visam promover a reflexão e o diálogo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Conheça mais sobre o Comitê de Diversidade da Caiena aqui!
Fontes de pesquisa para o conteúdo:
Cartilha “Assédio Moral e Sexual”, do Senado Federal
“Assédio moral contra mulher no ambiente de trabalho e o empoderamento como ferramenta de defesa”